Como todo brasileiro nascido entre 1822 e 2008, aprendi a gostar do tal esporte de burguês através do nosso Guga.
Quem conhece um pouco da carreira do fenômeno vai se lembrar daquele jogo em Roland Garros, em 2001, contra o Michael Russell. Ele perdia por dois sets a zero, foi aí que a torcida entrou em quadra, empurrou, ele salvou match point no 5 a 3 e virou para 3 a 2. Nunca vi tanta porradaria. Após a vitória, ele desenhou um coração e deitou no meio, nunca vi uma cena igual, quem não chora com uma cena desta não pode ser humano. Isto é algo impossível hoje em dia, a menos que o símbolo seja a de alguma marca patrocinadora.
Ele é insuperável para nós brasileiros. Mas ultimamente tenho acompanhado muito os torneios da atp. Um outro jogador vem sendo incrível, tanto pela simplicidade quanto pela categoria e carisma: Roger Federer – O Leão da Montanha, como diria o empolgante Dácio Campos.
Um tenista completo: o melhor forehand do mundo, ótimo saque, ótimo drop shot, na rede dispensa comentários, backhand firme (quando entra), slice, bom este é sacanagem, é o cartão de visitas do homem. Qual é o defeito dele?
Talvez o seu backhand, diria o Nadal. Mas se tiver num bom dia, esquece… Todos os outros top 5 tem defeitos marcantes. O Djocko não varia muito, não voleia; o Nadal tem um backhand pavoroso, apesar de jogar com um top spin que incomoda todo mundo e é inovador; o Murray não tem sangue nas veias, tá sempre lesionado e só se defende; para o Ferrer também falta mais solidez, perder pro Belluci, apesar da evolução recente, não é normal para um top 5.
Seu estilo é extremamente agressivo, clássico e corajoso, não tem paciência, não recua, não troca bolinha esperando o outro errar. Se puderem reparar durante os seus jogos, olhem se ele alguma vez recua na linha de base.
Federer é o melhor e vai voltar a ser o número 1, de onde ele nunca deveria ter saído.
Há uma grande possibilidade do Roger vir ao Brasil e reencontrar Guga em Dezembro. Foram 3 confrontos: 2 a 1 Guga. Não gosto de comparar ambos, pois apesar da minha opinião polêmica (Roger Federer é muito mais completo que o Guga), acho que cada um tem o seu estilo de jogo, e pelo menos um ponto é de convergência, ambos são agressivos.
O primeiro jogo entre os dois foi em Hamburgo 2002, deu Federer 2 a 1 (6-0, 1-6, 6-2). Reparem como ambos os tenistas eram mais limpos, sem muitos patrocinios. Roger cabeludo, e Guga nem se fala. Federer ganhava seu primeiro master series.
O segundo deu Guga 2 a 0 (7-5, 7-6) em Indian Wells, 2003. Federer na sua versão surfista já era o número 5 e Guga o 15.
O terceiro deu Guga 3 a 0 em 2004, no templo de Roland Garros. Foi uma surra e me arrependo até hoje de não ter visto o jogo ao vivo. Federer já era o número 1 e Guga, sofria com a lombar. Tem o jogo no youtube mas se alguém tiver, me avise que eu quero muito ver o jogo na íntegra.
Uma pena que o Guga tenha abandonado as quadras e os dois terem se encontrado apenas 3 vezes, o tênis ganharia muito e os brasileiros novamente teriam alguém por quem valesse a pena torcer.
Quem pode substituí-lo no coração dos brasileiros?
Enquanto vcs faziam mais um campo maravilhoso de CST eu estava vendo essa aula de tênis ao vivo. Disso não posso me arrepender…
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Putz, enquanto escrevia lembrei disso, brincadeira! Você lembra do jogo e eu nem lembro da aula de campo…
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